A empresa paranaense cujo nome homenageava um povo indígena cresceu sobre os ombros de gigantes, porém teve uma trajetória curta.
O nome Kaiowa vem de Guarani-Kaiowá, nome de um povo indígena que cuja concentração está localizada nos estados brasileiros do Mato Grosso do Sul e Paraná, além de também estar presente em parte do território do Paraguai.
A natureza fronteiriça do povo indígena tudo tem a ver com a Expresso Kaiowa, cuja sede administrativa e principal destino de atendimento de suas linhas era situada na cidade de Foz do Iguaçu, no Estado do Paraná, cidade conhecida pela tríplice fronteira, com os territórios do Paraguai e Argentina.
A fundação da nova empresa foi uma iniciativa do grupo Itapemirim, à época também proprietário da Viação Nossa Senhora da Penha, de Curitiba. Até então, a área de atuação do grupo no estado do Paraná estava concentrada na região costeira, com linhas que passavam por Curitiba, porém sem penetração na região interiorana do estado.
No primeiro ano do novo milênio, a Expresso Kaiowa nascia com a missão de expandir a malha de linhas operadas pelo Grupo Itapemirim, somando-se à força que a Viação Itapemirim já possuía, em seus serviços nas regiões sudeste e nordeste, assim como a Viação Nossa Senhora da Penha, já bastante consolidada no atendimento das regiões sul e sudeste.
Por outro lado, a Expresso Kaiowa foi concebida para atuar em linhas que não necessariamente seriam novas. Sua primeira linha, cuja operação se iniciou no ano de 2001, ligava o Rio de Janeiro a Foz do Iguaçu e fora adquirida da Viação Nova Integração, empresa do grupo Eucatur.
A partir de 2003, novas linhas também foram transferidas para a empresa recém-criada:
- Foz do Iguaçu – Belo Horizonte
- Foz do Iguaçu – Juiz de Fora
- Foz do Iguaçu – Juiz de Fora via Três Rios
- Foz do Iguaçu – Niteroi
- Foz do Iguaçu – Rio de Janeiro via Piracicaba
- Foz do Iguaçu – São José dos Campos
Algumas linhas não eram executadas individualmente, ou, com o tempo, tornaram-se seções de linhas maiores.
Curiosamente, a Expresso Kaiowa ainda chegou a assumir uma linha que muito destoava de sua área de atuação. Era um serviço que partia da cidade-sede de sua controladora, a Viação Itapemirim, ligando Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, a Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, uma linha de aproximadamente 125 quilômetros de distância.
Com dificuldades financeiras, no ano de 2007, o Grupo Itapemirim optou por reduzir seu tamanho. As empresas Nossa Senhora da Penha e Expresso Kaiowa foram vendidas para o Grupo Áurea, do empresário Nenê Constantino.
Em 2015, novamente, a Expresso Kaiowa mudou de dono. Desta vez, a empresa foi vendida para o Grupo JCA – também proprietário da Viação Cometa, Auto Viação 1001, Auto Viação Catarinense e Rápido Ribeirão Preto -, que optou por extinguir a marca Expresso Kaiowa e passar suas linhas para a Auto Viação Catarinense.
Assim foi o final da história da Expresso Kaiowa. Em meio a tantas empresas que se aproximam de completar um século de existência, teve seu controle trocado de mãos por duas vezes e não chegou a completar duas décadas de atividades.
Artigo escrito com a colaboração de Osmar Cordeiro e Hudson Tonetto Santana.
2 respostas em “A breve história da Expresso Kaiowa”
Nenhum busologo tem tanto conhecimento como o Hudson e o Osmar e espero um dia poder conhecê-los.
Parabéns ao Ônibus Brasil pela rica matéria cheia de detalhes.
Top