Viação Trindadense 139 em Florianópolis por Leonardo da Silva - ID:824096

bela foto minha caroceria preferida veneza II pintura bonita e até calotas caro lindo

Felipe Brignol
Eu também adoro Veneza II. por causa deles passei a gostar de busão, marcaram muito minha infância. Abraço e obrigado pela visita.

até hoje quando vejo um veneza II geralmente trabalhando como verdureira paro para olhar e lembro da minha infânçia

Andei nesse carro!!! ERA SIMPLESMENTE LINDO. Assim como todas as outras empresas quando tinham as cores antigas antes da infeliz padronização dos anos 1980. O Capô dele (e o do 140 também, pois vieram juntos em 1977) tinha um aplique de carpet verde escuro colado no baixo relevo que era característico dos capôs dos Veneza II onde tinha colado os dizeres sobre o modelo e o número do carro.

Esses dois carros faziam as linhas do antigo JARDIM SANTA MÔNICA (hoje bairro que não tem mais esse prenome JARDIM), e também a linha do PANTANAL.

Bons tempos estes!

Ah, e só para terminar, este lugar em que ele aparece estacionado, pela localização, salvo engano é onde hoje está construído o CENTROSUL.

Sandro Jose Rohden O local só reconheço por causa do morro atrás, rs... por acaso tu não saberias quais prefixos eles receberam (17xx) depois da padronização em 1980 né (se não for puxar fundo na cachola) =]

Leonardo da Silva

Pelo adiantado da hora (quase duas da matina) responderei a tua pergunta depois. Fiz umas pesquisas em complemento a essa minha resposta e descobri uma raridade...

Ficou curioso?
Aguarde!

Abraços.

opa =D

Tranquilo, Leonardo da Silva, mas vamos por partes:

Segura a respiração que depois da "provocação" a respeito de puxar do fundo da cachola (brincadeirinha...) Terei um imenso prazer em contar essa parte da história do transporte coletivo que era feito em Florianópolis entre os meados dos anos 1970 até o final do anos 1980. Dividi em pequenos blocos para serem lidos sem se tornarem cansativos.

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Primeira parte:

O problema na Trindadense é que ela não tinha ou não obedecia a uma lógica ao mudar a numeração. A única coisa que lembro perfeitamente (sem forçar a cachola...) é de que bem no começo de 1980, eu morava a menos de 1 km da garagem na Trindade (onde depois funcionou durante muitos anos uma loja de bicicletas ao lado do posto Angeloni na Lauro Linhares), vi dois Veneza II ZERADOS com as numerações originais de fábrica (Marcopolo) 157 e 158 e o pintor da empresa, na garagem, lixando (que dó ao me lembrar disso) a numeração e repintando após a nova numeração da série 17xx que começou aí. (Continua?)

Segunda parte;

O 157 passou para 1736 e o 158 passou para 1737. Quanto às numerações posteriores, lembro-me de a Trindadense recebeu da Marcopolo outros Veneza II já com a numeração continuada a partir daí (1738 / 1739 - desse eu lembro a placa AV 0500). Os 1740 e 1741 eram repintados, não lembro a numeração anterior. As últimas carroçarias Veneza II recebidas pela Trindadense no ano de 1982 foram os 1742, 1743, 1744, 1745, 1746 e 1747. Lembro-me de alguns deles fazendo a antiga linha do bairro Pantanal. Eles eram muito bonitos vistos por dentro, as paredes abaixo da linha das janelas, em vez de brancas, eram na cor marrom escuro na mesma cor das poltronas. Os vidros não eram peliculados, mas mesmo assim eram ligeiramente mais escuros. Eram como se fossem ?ônibus de luxo? numa concepção mais geral. (Continua?)

Terceira parte:

Entre 1982 e 1984 ocorreram as reformas tão comuns na Trindadense. Em alguns casos as reformas chegavam a rivalizar com os veículos novos (quando estes viam, é lógico). Do carro 1748 até 1751 eram veículos mais antigos repintados, mas, mais uma vez não saberei lhe informar a numeração original deles. Do 1752 ao 1761 não sei lhe dizer se também eram carros novos ou não. Com certeza é de que eram também carros reformados.
Ainda em 1983 vieram alguns Sanremo, estes sim 0 km (1762, 1763, 1764, 1765 e 1766) que eram carros também bem acabados e o que chamava a atenção neles, eram os para-brisas que foram os primeiros laminados e com uma faixa degrade azul na parte superior. (Continua?)

Quarta parte:

Antes, tiveram outros modelos Sanremo, mas era 0 km apenas na carroçaria, mas os chassis eram reformados. Vale destacar que os primeiros Sanremo vinham com a plaqueta de fabricação da INVEL (Indústria de Veículos Especiais Ltda. E isto já é outra estória que contarei mais para frente, me cobrem isso se não esqueço, por favor). E aí, em 1984 o grande ? acredito o maior lançamento da Marcopolo até hoje depois do Veneza II ? O Marcopolo Torino, baseado no projeto PADRON estabelecido pelo Governo Federal para padronizar os ônibus produzidos no país.
As primeiras carroçarias Torino da grande Florianópolis foram os carros 72 e 73 da Jotur (Auto Ônibus São José Turismo). E logo depois vieram os primeiros Torino da Trindadense (1766, 1767 ? este turbinado, para a recém-inaugurada linha do Morro da Cruz, mais os carros 1768, 1769 e 1770). Mais uma vez, por causa da bagunça reinante na empresa, não me lembro dos carros seguintes (do 1771 ao 1779) e passo a recordar perfeitamente do 1780, 1781, 1782 e 1783 os 4 últimos Torino comprados novos, todos estes com carroçaria em duralumínio e os encaixes das janelas, para quem lembrar, semelhantes aos antigos ônibus modelo CONDOR da carioca CIFERAL que a essa época ainda não pertencia a Marcopolo. (Continua?)

Quinta parte (final):

Este 1783, tempos depois passaria a ser o 0190 da novíssima TRANSOL que entrou no lugar da Trindadense por causa dos problemas por qual esta passava e já não dava mais conta (ônibus velhos, caindo aos pedaços, com sérios problemas de manutenção. (Engraçado, hoje em dia, 22 anos depois, constantemente vejo ônibus da Transol quebrados nas ruas ? só que agora, tem guincho próprio, mas os problemas de manutenção ainda continuam, talvez por causa do mal planejamento do nosso sistema de transportes aqui na Capital).

E para encerrar essa pequena estória do transporte coletivo de Florianópolis, a Trindadense em seu derradeiro movimento final, inventa de comprar 6 monoblocos O-362 ano 1974 da CMTC que era na época a empresa estatal do transporte coletivo de São Paulo/SP. Cheguei a ver estes veículos, ainda na pintura da CMTC (vieram em dois tons de azul junto com a cor branca) na antiga garagem da Trindadense agora localizada, onde antes era a antiga garagem da Viação Taner que fazia as linhas da Agronômica e Circular aqui da cidade. No local desta garagem hoje está instalada a faculdade ASSESC.

Estes carros foram desmontados aqui e a parte mecânica foi instalada em chassis e foram en [****]s para a Marcopolo fazer o encarroçamento. Veio de volta os Torino ?Monobloco? (que desse tipo de carroçaria não tinha nada) 1784, 1785, 1786, 1787, 1788 e 1789 que constantemente quebravam. Misteriosamente os documentos foram ?esquentados? em dez anos e as autoridades não viram ou notaram nada. Quem pagou o pato por isso, anos mais tarde, foi a Transol que teve que responder na justiça por causa disso, mas depois a mesma foi inocentada, pois não sabia da real situação dos mesmos. Foi o mote para e mesma se desfazer de todos os carros antigos que vieram da Trindadense e começar a comprar novos onibus inaugurando uma nova modalidade, constante até os dias de hoje: a compra de veículos em lotes de 15, 20 até 30 unidades de cada vez.

FIM!

Leonardo da Silva

E a todos os demais, espero que tenham gostado! Sempre que eu puder ajudar e lembrar algo a respeito, será com grande prazer que contarei aqui as estórias que tenho guardadas aqui comigo. Afinal a "máquina é véia mas o motor ainda é bão..."

Fui!

Show de bola! Que enciclopédia :)

Sandro Jose Rohden Arrombassi!!! Lendo seu relato, crio imagens dos ônibus em minha mente. Trindadense forever!!! rsrsrs

Leonardo da Silva, Olhó, lhó, lhó, lhó... tax tolo é rapagi? Kkkk.

Diogo de Carvalho Silva, obrigado pela deferência. Faço o possível apenas que é o de lembrar e contar boas estórias pra turma, que que nem eu, gosta do cheiro de óleo diesel.

Quem sabe um dia desses não nos reunimos para falar sobre o que mais gostamos? Fica a dica.

Abraços,
Fui.
Sandro.

Apenas complementando: o 1771 ao 1778 eram Sanremo's que Trindadense comprou usados. Os bancos eram azul marinho naquele padrão de logotipos Marcopolo (existiam também laranja e bege). Foram os únicos carros da Trindadense com poltronas elevadas nas caixas de rodas.

Parabéns pelo elevado nível de comentários e informações valiosas que encontro em visita as galerias dos busólogos da Ilha de Santa Catarina. Um dia precisamos reunir toda essa equipe em uma cidade e conversarmos bastante. Fiz uma viagem no tempo pois quando pequeno e adolescente eu vivia na capital e observava aquele mundo de ônibus Veneza e Veneza II parados no aterro da Baia Sul aguardando o horário de pico para entrarem na linha. Ô época boa sô!

Sandro Jose Rohden
ERA SIMPLESMENTE LINDO. Assim como todas as outras empresas quando tinham as cores antigas antes da infeliz padronização dos anos 1980.
Eu me lembro de ainda ter visto essa padronização nos anos 90, e até 2009 em alguns ônibus de empresas do Continente (mais especificamente a Biguaçu), e cá entre nós eu ainda achava mais bonita que a padronização atual do Consórcio Fênix.