Auto Viação Água Verde JB008 em Curitiba por João Silva - ID:5729141

Já foi, agora esqueça, é só caminhão pra lá e pra cá.

Todas as linhas dos expressos e 90% dos interbairros tem veículos com articulação, além disso as alimentadoras e troncais de grande demanda continuam com veículos pesados (inclusive articulados). Pessoal reclama dos dianteiros, mas não tem como ficar carro pesado batendo lata dia inteiro, reverte na piora da planilha...

Não tem como ficar veículo batendo lata, mas já foi o tempo de ter uma reorganização geral do sistema. Vivemos da fama dos anos 90.

Como seria esta reorganização Giovanni, em poucas palavras.

Osvaldo, em poucas palavras, basta abrir a mente.

Giovanni, é o que todo mundo que reclama se resume. Não sabe o que precisa mudar, apenas "acha" que precisa e fica no achismo. Sabe por que? Porque quando começa a colocar no papel e comparar, sabe que é o melhor sistema do país ainda.

Antigamente eram carros motor traseiro porque o diesel era muito mais acessível as empresas de ônibus, e a população que utilizava ônibus era muito superior, como disse o Osvaldo, sempre entrou na planilha.
Essa diminuição de "ônibus pesados" tem a ver com a planilha principalmente, e em parte por manter o atendimento de 500 metros para o usuário.

E Diogo, conforme sabemos, ainda continuamos com toda a frota de expressos e quase toda do interbairros, além de uma parte dos alimentadores e troncais com carros pesados... Tudo tem seu custo.

Osvaldo, você pediu em poucas palavras. Sei muito bem o que pode mudar e não duvido da sua capacidade de também ter noção das mudanças que melhorariam o sistema. Mas, já que você não ficou satisfeito, então reflita sobre o que era o sistema modelo dos anos 90 com o atual. Fomos e somos exemplo mundial, adoramos viver dessa propaganda e não discordo que ainda é referência, mas será que, hoje, é tudo isso mesmo? Basta ver os números de passageiros diminuindo ano após ano; ainda temos regiões da cidade que não são bem servidas e não possuem integração; nossos ônibus são praticamente as versões mais básicas do mercado; os terminais mais antigos estão extremamente defasados e sobrecarregados; várias estações tubo são mal dimensionadas; temos empresas com frota praticamente inteira vencida há muitos anos; não temos mais o amarelo do convencional e o azul do ligeirão "para conter custos"; tivemos uma "licitação" em 2010; enfim, não dá pra responder em poucas palavras. Muito pelo contrário, dá pra ficar muito tempo debatendo ideias e possíveis mudanças. E pra você, tá tudo ok?

PARTE 1
Giovanni, sua CAPACIDADE de análise então deve ser notória.
- Continuamos sendo exemplo mundial. Na verdade acho a palavra exemplo muito forte e não pode ser aplicada porque cada cidade tem seu contexto. Creio que uma palavra técnica seria "referência" que vc mesmo usou.
- O modelo dos anos 90, se vc tem capacidade de análise mais técnica e menos passional do sistema, é que trouxe diversas dificuldades que infelizmente influenciam até hoje o sistema. Mas se quiser posso te passar a relação de frota de 1990 e vc pode comparar de verdade, creio que ficará assustado com a frota "real" da época que provavelmente não lembre devido a sua idade. Ficaria pasmo, te garanto.
- Se vc tem o mínimo de capacidade analítica deve saber que diversos fatores influenciaram a queda da demanda, e neste caso já que a crítica é sobre Curitiba especificamente, diga-me UMA SÓ cidade que teve aumento da demanda no mesmo período e nas mesmas condições. Só não vale exemplo de pesado subsídio ou tarifa zero ok. Não encontrará uma do mesmo porte que não tenha passado pelas mesmas dificuldades e eu citaria a goumertização do povo como a principal. Apps (que a prefeitura tentou impedir inclusive, cumprindo sua função), financiamento de veículos a longo prazo, benesses de transporte de políticos, pandemia (medo do outro), enfim...

PARTE 2
Giovanni
- Nossos ônibus são as versões básicas do mercado. Ando pelo Brasil e posso te dizer que de básico nada temos. A não ser que queira andar em piso de alumínio com catraca de cima até embaixo, sem espaço no corredor e COM TODA A FROTA com motor dianteiro. Desculpe, estamos longe disso. Não diria que estamos no top, longe disso, até porque tem um custo. E tem a ver com a goumertização que referenciei acima.
- Em relação à frota vencida se vc ler o edital que citou, não existem empresas mas sim consórcios e infelizmente existe a compensação. Mas concordo, eu não gostaria de ser usuário de duas delas em específico. E neste sentido oriento que busque o vereador em que votou quanto a questionar o poder executivo, gerenciador e fiscalizador do sistema. Já fez alguma vez? Senão é só mimimi, te digo, mimimi na internet não muda a realidade.
- Se vc não concorda que diminuir custos é importante para o sistema pois como vc mesmo disse temos perdido demanda... evidentemente que termos uma frota reserva azul e uma vermelha aumenta os custos não?
Nunca está tudo ok, mas não me prendo em avaliar negativamente um sistema pela falta de ar condicionado ou reclamando que tem uma parte da frota com (ótimo) micrão, se este mesmo está batendo lata maior parte do tempo. E pondero questões técnicas, financeiras que vão além do "querer" ou "achar".

Osvaldo, aproveitando da sua CAPACIDADE, vamos continuar o debate.

- "Continuamos sendo exemplo mundial."
A palavra "referência" que eu usei cabe muito bem. Sabemos o que o nosso transporte foi e o potencial que tem. Não pode ser simplesmente copiado sem analisar o contexto de cada local (incluindo a própria Curitiba).
- "O modelo dos anos 90..."
Nessa eu uso o teu próprio texto: "...trouxe diversas dificuldades que infelizmente influenciam até hoje o sistema". Apesar de conhecer a frota do sistema por fotos, fóruns, conversas e planilhas, talvez você possa postar mais algumas fotos do seu acervo pra enriquecer ainda mais a discussão.
- "A queda da demanda."
Gostei e concordo com o termo gourmetização do povo, é uma realidade difícil de mudar. Mas a prefeitura tentar apenas impedir a entrada de apps é uma ação um tanto quanto autoritária, visto que os aplicativos trouxeram uma nova dinâmica que a gerenciadora não soube como competir, assim como na maioria das grandes cidades. Não dá pra negar que muitos deslocamentos tem sido muito mais vantajoso fazer via carro de aplicativo do que via transporte coletivo (tempo x custo x distância), apesar de ser mais um (vários) carros na rua afetando a mobilidade como um todo para favorecer o individual. Eu particularmente abri mão de usar carro/ônibus na cidade e substitui pela bicicleta, tem sido muito mais rápido e prático (e seria bom se tivesse algum tipo de integração entre esses modais).

Parte 2

- "Versões básicas do mercado."
Também tenho tido a oportunidade de conhecer várias cidades do Brasil e usar o transporte coletivo. Curitiba poderia estar muito mais para um padrão São Paulo (em qualidade de ônibus).
- "Frota vencida."
Sim, já busquei o vereador e outros canais da prefeitura além da internet. Infelizmente a licitação não foi interessante para os usuários, ficamos na expectativa que o edital da próxima possa elevar o padrão de prestação de serviço.
- "Diminuir custos é importante."
Com certeza é. Mas diminuir custos não precisa significar diminuir conforto. Sabemos que há muitas formas de buscar recursos para otimizar a saúde financeira do sistema (bussdoor, publicidade em terminais, parcerias público-privadas, otimização de linhas e demandas, etc...).

Na minha opinião, acabamos caindo no comodismo de ser a referência, mas não conseguimos enxergar os problemas que temos. Assim como o salário mínimo não é o ideal, o transporte também pode ser pensado assim. Tomara que a licitação possa voltar a um transporte modelo, com boa oferta x procura. Outro ponto interessante para a discussão é o expressivo aumento populacional da Região Metropolitana de Curitiba, que nos últimos 12 anos aumentou em mais de 520 mil/hab, segundo dados do Governo.